UEFA pede “fair-play financeiro” e autoriza árbitros a interromper jogos quando houver insultos racistas

UEFA pede “fair-play financeiro” e autoriza árbitros a interromper jogos quando houver insultos racistas

UEFA pretende implementar dentro de dois ou três anos um projecto de “fair-play” financeiro para os clubes europeus. Medidas para combater o racismo foram também aprovadas.
 

O projecto de controlo das verbas gastas pelos emblemas de futebol foi apresentado esta quinta-feira na reunião do Comité Executivo da UEFA, em Vílnius, na Lituânia. “Para além do Barcelona, campeão europeu, que conseguiu lucros na temporada que terminou, todos os outros [grandes] clubes europeus estão no vermelho”, afirmou o presidente da UEFA, Michel Platini, que colocou o “problema da ética”.

 

Para contrariar essas falhas na ética dos clubes, Platini quer responder com o “fair-play financeiro”, para o qual já há um calendário definido. Os termos do projecto serão estudados no Conselho Estratégico para o Futebol Profissional (que junta as ligas, clubes e jogadores) até ao fim de Agosto no Mónaco. O Comité Executivo tomará uma decisão sobre o conceito e os princípios na reunião de 14 e 15 de Setembro, em Nyon, na Suíça.

 

“O princípio chave para existir mais justiça e transparência é que o futebol deve recompensar os clubes que não vivem acima das possibilidades”, pode-se ler no comunicado da UEFA. “Isto significa que os clubes precisam de reduzir despesas. Para ser viáveis, os salários e as transferências devem ser proporcionais às receitas geradas. Os clubes devem investir nas camadas jovens e usar esses talentos para reforçar as equipas”, pode ler-se.

Combate ao racismo
Na mesma reunião, a UEFA deliberou atribuir maior poder aos árbitros perante actos graves de racismo dentro dos estádios. A deliberação tomada em Vílnius prevê três etapas. Em primeiro lugar o encontro será interrompido e será emitido um comunicado ao público. Se o comportamento racista não cessar, o árbitro deverá voltar a interromper o jogo e enviar as equipas para os balneários, sendo emitido outro comunicado. Por fim, se os incidentes persistirem, o árbitro tem, então, o poder para suspender a partida.

 

“A nossa política em relação ao racismo é de tolerância zero”, lembrou Michel Platini. “Era necessário dar a quem está no relvado os meios para poder fazer algo, e determinarmos os parâmetros e as linhas de conduta segundo as quais, em casos de comportamentos racistas significativos num estádio, o árbitro deve parar de imediato o jogo”.

 

Fonte: O Público