ENTREVISTA - Miguel Castilho - Melhor jogador do Torneio da APAF 2009

Miguel Castilho, árbitro de 3.ª Categoria Nacional de Futsal, foi considerado o melhor jogador da Final Four do Torneio Inter Núcleos "Alberto Helder".
Jogador do NAF Linha de Sintra (o vencedor colectivo), é ainda de maior destaque esta distinção, se dissermos que o Miguel é guarda-redes.
O Vida de Árbitro falou com o "Buffon" da arbitragem...

Antes de mais parabéns pelas vitórias: colectiva e individual!

Vida de Árbitro (VDA): Fala-nos um pouco do Torneio e do teu percurso no mesmo…?

Miguel Castilho (MC):Como sabem o torneio numa primeira fase está organizado em grupos. Na primeira fase fizemos 6 jogos, onde tivemos quatro vitórias e dois empates. Ficámos em 1º lugar do nosso grupo e tivemos de ir jogar ao Pombal contra o Núcleo Francisco Guerra A (Porto) no jogo dos quartos-de-final. Foi neste jogo no Pombal que conseguimos assegurar a presença em Santiago do Cacém. Já em Santiago, no passado fim-de-semana, fomos com a ambição de conciliar um dia agradável com uma vitória no torneio. Felizmente isso veio a acontecer e ainda deu para acabar o dia a festejar nas festas da cidade!


VDA: Em que alicerçaram estas vitorias (colectiva e individual)?

MC: A nível colectivo sempre tive uma ideia formada sobre este grupo. Individualmente temos dos melhores jogadores do torneio, contudo o facto de mais de 80% da equipa ser do Futebol 11 fez com que, nos últimos anos com que nunca tivéssemos conseguido vencer. Os princípios de jogo são diferentes e noto que quando jogamos com equipas mais organizadas sentimos maior dificuldade. Contudo a equipa é praticamente a mesma à três anos e isso revelou-se importante pois já sabemos as limitações uns dos outros. Por isso a nível colectivo penso que a base da vitória foi a qualidade do grupo e o espírito de entreajuda que houve entre todos. Jogámos de uma forma bastante dinâmica. Gostaria de referir que havia treze jogadores inscritos e que foram todos utilizados. A nível individual não há nenhum segredo, estar na baliza e confiar em quem está à frente é bastante importante. O êxito colectivo ajudou a que tivesse este êxito individual, mas penso que tive alguma sorte em alguns períodos dos jogos, sobretudo na Final. Se o prémio tivesse ido para outro elemento seria justo na mesma.


VDA: Foi a 1.ª vez que participas-te ou já tinhas outras experiências?

MC: Desde que entrei para a arbitragem, tenho participado sempre neste torneio. Este ano foi o quinto torneio consecutivo em que participei.


VDA: Achas que é uma iniciativa a manter? Com algum ajuste que aches necessário?

MC:É sem margem para qualquer dúvida uma iniciativa que se deve manter. Não pela competição em sim, mas pelo que nos proporciona. Acho que se criam laços de amizade e camaradagem muito fortes durante este torneio, laços esses que não acabam após os dois meses de competição. Uma iniciativa a manter mas sem esquecer o que realmente nos une em comum a todos...o gosto e a paixão pela arbitragem. Quanto a ajustes, não vejo nada que tenha corrido mal nos últimos anos. Estive presente em duas fases finais e tanto em Castelo Branco (2007), como este ano em Santiago do Cacém, as respectivas organizações estão de parabéns.


VDA: Quem foi para ti o melhor jogador do Torneio?

MC: É sempre muito relativo fazer estas análises. Existem muitos jogadores de qualidade, e não joguei contra todos os Núcleos. Por isso acho que posso ser injusto ao escolher alguém. Prefiro destacar o espírito de grupo existente em vários Núcleos, em que o nosso não foge à regra.


VDA: A arbitragem dos jogos, esteve à altura dos jogadores?

MC: Na minha opinião estiveram muito bem. Tanto na primeira fase do torneio, como agora na Final Four, os colegas que dirigiram os jogos merecem uma palavra especial pois tivemos arbitragens de muito bom nível. Quem participa no torneio, ou quem já assistiu a jogos do mesmo, sabe que nem sempre é fácil arbitrar estes jogos. Penso que por vezes nos esquecemos do que realmente nos move, e da posição que ocupamos no desporto. Contudo são situações pontuais que o “calor” da “competição” trás mais à tona.


VDA: Alguma palavra em especial para alguém…?

MC: Tendo sido o patrono deste Torneio, não posso deixar passar a oportunidade de felicitar o Sr. Alberto Hélder. Um torneio que é realizado a nível nacional, com jogos à noite e durante a semana, e ter conseguido estar presente em jogos de todos os Núcleos, só demonstra a força de vontade que este Senhor tem em todas as iniciativas a que se propõe. Um abraço para ele, e um obrigado pelas vezes que esteve presente nos nossos jogos, pois aumentou ainda mais o sentido de responsabilidade e de Fair-Play que deve existir nesta prova.

 

 

 

Obrigado e mais uma vez Parabéns!

Entrevista retirada no site Vidadearbitro